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Fábio Marcondes não confirma desistência de mudança do Centro Pop

Vice-prefeito afirmou que Prefeitura e Secretaria de Assistência Social vão iniciar estudo técnico nos próximos 30 dias

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Bia Menegildo/Gazeta de Rio Preto

Em reunião realizada nesta quarta-feira (4) na Câmara de Rio Preto, o vice-prefeito e secretário de Obras, Fábio Marcondes (PL), afirmou que ainda não há decisão definitiva sobre a mudança do Centro Pop para o bairro Boa Vista. Segundo ele, um estudo técnico será conduzido nos próximos 30 dias para avaliar o melhor local para o equipamento, que atende pessoas em situação de rua.

A declaração foi feita durante o encontro promovido pela Frente Parlamentar de Acompanhamento do Atendimento Especializado à População em Situação de Rua, criado após a reação de moradores do Boa Vista contra a possível instalação do serviço no bairro, cujo presidente é o vereador Jonathan Santos (Republicanos).

“Não está definido que será no Boa Vista. Precisamos de um estudo para identificar onde o atendimento será mais efetivo. O prefeito nos pediu uma análise técnica para encontrar um novo modelo de abordagem. Nenhum bairro quer [o serviço], mas precisamos resolver isso com responsabilidade e sem politizar a questão”, afirmou Marcondes.

A proposta de mudança do atual endereço, na avenida Philadelpho Gouveia Neto, gerou protestos de moradores. Representante da comunidade, Maicon Santanhelo relatou casos de insegurança e criticou a falta de diálogo. “Minha mãe teve prejuízo com furto de fios, minha esposa sofreu assédio. Não temos segurança. E ninguém pergunta por que não queremos o Centro Pop aqui”, disse.

Durante o encontro, a assessora especial da Secretaria de Assistência Social, Carime Brandt, afirmou que 677 pessoas em situação de rua foram atendidas no mês passado. “O fluxo é constante, mas há rotatividade. Precisamos ampliar a estrutura física para melhorar o atendimento”, observou.

A coordenadora do Centro Pop, assistente social Sônia Mielli, esclareceu que o serviço não é um abrigo, mas um ponto de apoio com oferta de alimentação, higiene e encaminhamento social. “É importante que esteja próximo da população atendida. Já há casas de acolhimento para quem aceita esse tipo de suporte”, explicou.

O presidente da Frente Parlamentar destacou a gravidade da situação. “O problema das pessoas em situação de rua é crônico e exige políticas públicas, não apenas debates sobre localização”, afirmou Jonathan Santos.

Já o vereador João Paulo Rillo (PSOL) criticou a proposta de mudança. “O Centro Pop deve permanecer onde está. Já houve investimento, vínculos foram criados. A mudança, se houve, foi a pedido de um hipermercado. Isso coloca interesses econômicos acima dos sociais.”

O coordenador da Comissão de Direitos Humanos da OAB, Walter Melo Machado Júnior, defendeu uma solução que garanta dignidade à população em situação de rua e segurança aos moradores. “Não podemos marginalizar ainda mais essas pessoas”, ponderou.

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