Cidades
Dois lados: autoridades da saúde e do setor de bares e restaurantes falam sobre lockdown
Medida com restrições severas de circulação de pessoas no período noturno e nos finais de semana na cidade

Com medidas restritivas ainda mais severas e com as aglomerações em bares e locais de consumo de bebidas alcoólicas na mira das autoridades, a prefeitura de Rio Preto deu início ao chamado ‘lockdown noturno’, que começou às 18h de ontem. O novo decreto vale por 15 dias e a multa mínima para quem descumprir as determinações é de R$ 6,296.
O jornal Gazeta de Rio Preto ouviu autoridades da Saúde e representantes do setor de bares e restaurantes sobre o assunto. Confira:
Vamos apoiar
“O Hospital de Base apoia essas medidas restritivas severas nesse momento porque ele também vê a necessidade desse período de maior transmissão e vírus, algumas medidas que restrinjam mais a mobilidade das pessoas. Então a gente lamenta, sabe e entente todo o transtorno causado com o fechamento do comércio nesse período noturno, o prejuízo aos comerciantes e funcionários. A gente vai apoiar e esperar que esse período seja curto e que possa se regularizar a situação.”
(Amália Tieco – diretora administrativa do Hospital de Base de Rio Preto).
Marketing
“O termo lockdown noturno já é bastante equivocado. Vai ter uma tentativa mais de marketing do que efetiva de tentar diminuir a circulação de pessoas. A única coisa que mudou, até então, é o horário, uma diferença de três horas. O grande comércio em geral, nesse horário, perder essas três horas não significa muito. No setor de bares e restaurantes, já não é ideal, porque precisamos trabalhar até meia noite. Essas três horinhas ajudam a gente a sobreviver. Não somos causadores de novos casos, a gente sempre defende que aqueles que agem de maneira errada sejam severamente punidos. Outras coisas que é sabida, os grandes vilões não estão no comércio em geral, não é segredo pra ninguém, são 40 mil pessoas em coletivos urbanos e festas clandestinas. Nessa cereja do bolo são as cidades vizinhas, que estão dentro de Rio Preto. Essas cidades não tem fiscalização. O comércio, de maneira geral, começa a ser muito mais representativo. Fica difícil para os prefeitos fecharem essas cidades por causa da pandemia. Toda vez que fecha Rio Preto é alegria aos comerciantes das cidades vizinhas, é um duplo efeito negativo para a cidade. E a gente tem que cuidar dos rio-pretenses que se contaminaram em outra cidade. ”
(Ronaldo Castro Couto Diretor do SinHores Sindicato de Bares, Restaurantes, Hotéis e afins).
Mais do mesmo
“Lockdown é mais do mesmo que já vimos que não funciona. Temos consciência da situação, não negamos a gravidade, mas também sabemos que estamos sendo usados como “boi de piranha” de uma péssima gestão pública. A própria prefeitura admite que não somos o problema, mas insiste em usar mais uma vez esse setor, já tão massacrado, para dar uma satisfação para mídia e eleitores que estão fazendo alguma coisa e distrair a população da incompetência deles em depois de um ano e meio não terem se preparado, de não contratar e treinar gente para os leitos de Covid, de não fazer o hospital de campanha, de não fiscalizar festas clandestinas, fiscal quer trabalhar até 22h. É depois disso que o problema começa. Estamos num dos maiores polos de medicina do país, inúmeras faculdades de medicina. Terceira melhor cidade para morar, mas a 149º em percentual de habitantes vacinados. Nem uma política de instruir a população a se vacinar decente fizeram.”
(Laís Accorsi – sócia dos restaurantes Barbecue e Blue Jasmim).
Para inglês ver
“Mais uma vez a prefeitura de Rio Preto tenta colocar a conta do aumento da pandemia na responsabilidade do setor. Mais uma vez ela faz isso de uma forma muito irresponsável e injusta. A gente reconhece que tenham bares que cometem exageros, e eles precisam ser punidos de forma isolada, a gente sabe que a quantidade dessas pessoas nesses lugares é muito pequena quando se compara com o número de pessoas nos coletivos de Rio Preto, filas de bancos, Poupatempo, lotéricas, em outras atividades como feiras e supermercados, a gente vê aglomeração diferente do que em bares e restaurantes trabalhando de forma segura, respeitando as normas sanitárias. É absurdamente injusto, porque parece uma retaliação. Em termos científicos a gente sabe que o lockdown funciona somente de forma total. As cidades da nossa região continuarão trabalhando aqui normalmente, a gente sabe que o rio-pretense vai se deslocar para cidades vizinhas, eles não têm fiscalização pra isso. Na prática é um lockdown de mentira, é fake, é para inglês ver, não vai ter resultado.”
(Alexandre Zanim – empresário).
Pertinente
“Desde o início da pandemia, a Associação Paulista de Medicina – Regional de São José do Rio Preto apoia as medidas preventivas, como o uso de máscara e álcool gel. Diante do fato de que parte da população não está aderindo às medidas de distanciamento social e demais preventivas, resultando na permanência de casos de covid-19 e filas de espera por leitos, a APM considera pertinente, neste momento, a adoção de medidas restritivas. Para a APM, é essencial também por parte das autoridades públicas a maior fiscalização e ações que coíbam a realização de festas e eventos que promovam aglomeração de pessoas.”
(Associação Paulista de Medicina – regional de Rio Preto).
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