Cultura
A história de Pamela e Iolly: mãe e filha unidas pela fé e pelo amor às crianças
Projeto Anjos Sorrindo transforma dor em esperança e leva alegria às crianças em tratamento contra o câncer no Hospital da Criança e Maternidade de Rio Preto

Na ala de oncologia do Hospital da Criança e Maternidade (HCM) de Rio Preto, o Natal ganha um significado diferente. Ali, onde a rotina é marcada por tratamentos longos, medos silenciosos e batalhas diárias, brinquedos, sorrisos e abraços ajudam a iluminar um tempo de espera. É nesse cenário que o projeto Anjos Sorrindo nasce e se fortalece, criado a partir de uma história real de dor, fé e superação.
À frente da iniciativa está Pamela Carla Neves Bená, 35 anos, enfermeira emergencista, voluntária e mãe. Ao lado dela, a filha Iolly Carla Neves da Cruz, hoje com 16 anos, participa ativamente das ações. Juntas, elas transformaram uma das fases mais difíceis de suas vidas em um propósito: levar amor, conforto e alegria às crianças em tratamento contra o câncer no HCM.
Em fevereiro de 2014, Pamela e Iolly deixaram Santa Fé do Sul às pressas. A menina, então com apenas quatro anos, apresentava febre persistente e exames alterados. O que seria uma investigação clínica se transformou em um mês e meio de internação, exames, incertezas e, por fim, um diagnóstico que mudaria o rumo da família: leucemia.
“Foi um dos processos mais desafiadores da minha vida. Nós não sabíamos o que iríamos encontrar. Ficamos um mês e meio internadas até chegar ao diagnóstico e iniciar o preparo para a quimioterapia”, relembra Pamela.
Durante esse período, mãe e filha viveram a angústia de não saber o que o dia seguinte traria. Pamela tinha apenas 22 anos. Jovem, imatura, como ela mesma define, precisou crescer rapidamente diante da doença da filha.
“Mudou tudo. Hoje eu sou uma nova mulher. Deus trabalha em nós em tantos detalhes que nem imaginamos. Foi uma mudança drástica, um crescimento que eu não esperava, um amadurecimento forjado na dor”, conta.
Fé em meio ao impossível
Pamela descreve a noite em que recebeu a confirmação da leucemia como um marco espiritual. Sozinha, de madrugada, no quarto do hospital, abriu a janela enquanto um louvor tocava ao fundo. Olhando para o céu, fez uma oração que nunca esqueceu.
“Assim como Abraão entregou Isaque, eu entreguei a Iolly nas mãos de Deus. Pedi que, se fosse para curar, amém. Se não fosse, que Ele a tomasse para si, mas que ela não sofresse. Eu disse: eis-me aqui.”
Durante todo o tratamento, Iolly demonstrou uma maturidade que surpreendia. Pamela explica que sempre conversava com a filha de forma simples, dizendo que ela estava “dodói” e precisava tomar um remédio para ficar bem.
“Ela nunca questionou, nunca fez birra. Sempre perguntava: ‘Depois que eu tomar o remedinho, a gente vai embora?’.”
Hoje, 11 anos depois, a resposta é um testemunho vivo: Iolly está curada.
Do hospital nasce uma missão
Foi ainda nos primeiros meses de tratamento que Pamela começou a sentir o desejo de fazer algo além da própria dor. Junto de outras mães da oncologia infantil, formou um verdadeiro círculo de apoio, oração e afeto.
“Nós nos tornamos uma família. Toda semana estávamos ali, nos vendo, nos apoiando. Em um dos Natais, conseguimos arrecadar brinquedos para cerca de 250 crianças”, lembra.
Daquele gesto coletivo nasceu o Anjos Sorrindo – o nome foi inspirado em uma adolescente de 15 anos em tratamento, que infelizmente não resistiu. Um projeto que realiza campanhas solidárias em datas especiais, como Páscoa e Natal, levando brinquedos, chocolates e promovendo festas na ala de oncologia infantil, momentos que aliviam não só o sofrimento das crianças, mas também das mães e pais que acompanham o tratamento.
“É um ambiente muito desafiador, de muita dor. Só quem passa sabe. Muitas mães precisam de apoio psicológico para dar conta de tudo. Eu comecei a orar pedindo a Deus que me usasse para fazer a diferença ali”, diz Pamela.
Um trabalho feito a muitas mãos
Pamela faz questão de destacar que o projeto não caminha sozinho. “Sozinha eu não sou nada. Meu braço direito são a Marielle e o Gustavo, que me ajudam em todas as campanhas. É gratificante para todos nós.”
Neste ano, o projeto realizou a campanha de Páscoa, com a arrecadação de coelhinhos de pelúcia e caixas de bombom, e, no Natal, organizou a entrega de brinquedos conforme a idade das crianças, com a participação de padrinhos solidários.
Iolly acompanha todas as ações. “Ela ri, chora, entrega presentes, se emociona. Criamos vínculos ali dentro. Quando falo do meu testemunho, é como se um filme passasse na minha cabeça.”
Um hospital que acolhe e salva vidas
Referência em atendimento pediátrico, o Hospital da Criança e Maternidade (HCM) é reconhecido pela excelência em 62 especialidades, incluindo a oncologia infantil. A unidade oferece tratamento completo para todos os tipos de câncer infantil, tanto hematológicos, como as leucemias, quanto tumores sólidos.
O cuidado vai além da medicina tradicional. A equipe multidisciplinar conta com psicólogos, terapeutas ocupacionais, nutricionistas, dentistas, enfermagem especializada e médicos altamente capacitados. O ambiente é humanizado, pensado para acolher pacientes e familiares durante toda a jornada do tratamento.
O Centro Oncológico do HCM dispõe de tecnologia de ponta, com equipamentos como o Acelerador Linear Trilogy STX, capaz de realizar diferentes modalidades de radioterapia, e um moderno sistema de Braquiterapia. O hospital também se destaca por serviços inovadores, como a atuação da enfermeira navegadora, que acompanha o paciente em todas as etapas do tratamento, e a Farmácia Clínica, que utiliza inteligência artificial para a triagem de medicamentos, juntos, HB e HCM distribuem cerca de 1,8 milhão de medicamentos por mês.
A excelência rendeu ao HCM e ao Hospital de Base a recertificação ONA Nível 3 – Excelência, o mais alto reconhecimento na área da saúde.
Um Natal de serviço, fé e esperança
Para Pamela, o Natal é mais do que uma data comemorativa. É um chamado.
“Meu pedido neste Natal é continuar servindo. Se o maior de todos serviu, que Ele continue me usando para servir aqueles que precisam. Profetizar cura, esperança e dias melhores. Sem fé é impossível agradar a Deus.”
Ela finaliza com a convicção que sustenta sua caminhada:
“O mundo não precisa ser mudado. As pessoas precisam conhecer Jesus. A Bíblia diz: ‘Conhecereis a verdade e a verdade vos libertará’. Deus é especialista no impossível.”, finaliza.


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