Política
Morre aos 41 anos, Bruno Covas, prefeito de São Paulo
Ele estava internado no Hospital Sírio Libanês na capital paulista; boletim médico dizia que quadro clínico era irreversível

Morreu neste domingo, dia 16, aos 41 anos, Bruno Covas, prefeito da cidade de São Paulo. Ele lutava contra um câncer em estágio avançado.
Na sexta-feira, por volta das 19 horas, a equipe médica emitiu boletim com o seguinte comunicado: “O Prefeito Bruno Covas segue internado no Hospital Sírio-Libanês recebendo medicamentos analgésicos e sedativos. O quadro clínico é considerado irreversível pela equipe médica. Neste momento, encontra-se no quarto acompanhado de seus familiares”, diz o texto do boletim médico do Sírio-Libanês.
O estado de saúde de Bruno Covas, que sofre de um câncer metastático, começou a piorar no dia 2 de maio, quando os médicos que o atendem descobriram um sangramento no local de seu tumor inicial. Neste mesmo dia, antes de ser intubado, ele encaminhou à Câmara Municipal um pedido de afastamento do cargo por um período de 30 dias, para dar prosseguimento ao seu tratamento contra o câncer. O cargo de prefeito passou então a ser assumido por seu vice, Ricardo Nunes.
No dia seguinte, o sangramento foi estancado e ele foi extubado, mas seguiu internado no Hospital Sírio-Libanês.
Desde que a notícia da morte foi confirmada, Covas tem recebido incontáveis homenagens nas redes sociais. O vice-governador, Rodrigo Garcia, escreveu: “São Paulo e o Brasil perderam um líder carismático e sensível. Eu perdi um grande amigo. Estive com ele na quinta à tarde e fui recebido com o mesmo sorriso de sempre. Estava sereno, em paz consigo. Estou triste demais. Não é certo e não entra na minha cabeça que alguém tão jovem parta tão cedo. Eu só tenho a agradecer pela amizade e generosidade que criamos nesses anos. Meu abraço carinhoso ao Tomás, seu filho, à Renata, sua mãe, e aos demais familiares e amigos. Força, foco e fé continuarão a nos guiar, sempre. Fique com Deus. Sua missão agora é nossa”.
A DOENÇA
Covas foi diagnosticado com um adenocarcinoma em outubro de 2019, um câncer na região da cárdia, entre o esôfago e o estômago, com metástase no fígado e uma lesão nos linfonodos. Após o diagnóstico, ele iniciou um tratamento de quatro meses de quimioterapia.
Em fevereiro de 2021, Covas passou por um novo tratamento quimioterápico após os médicos descobrirem um novo nódulo no fígado. Em meados de abril, exames de controle demonstraram novos pontos da doença no fígado e nos ossos. Com isso, os médicos decidiram dar continuidade ao tratamento com quimioterapia, além de imunoterapia. Esse tratamento teve que ser interrompido quando o sangramento na região do estômago foi descoberto. Desde então o caso se agravou.
TRAJETÓRIA POLÍTICA
Neto do ex-governador, Mário Covas, Bruno era considerado uma das grandes promessas da política nacional. Sua carreira começou em 2004, ano que que se candidatou a vice-prefeito de Santos na chapa de Raul Christiano pelo PSDB. Nos anos de 2005 e 2006, foi assessor da liderança dos Governos de Alckmin e Cláudio Lembo na Assembleia Legislativa.
Em 2006, foi candidato a deputado estadual, sendo eleito com 122 mil votos, umas das maiores votações naquela eleição. Em 2010, foi novamente candidato a Deputado Estadual agora sendo o mais votado do Estado com quase 240 mil votos. Bruno Covas foi convidado por Geraldo Alckmin para assumir a Secretaria do Meio Ambiente a partir do início de 2011, ocasião em que se licenciou do cargo de deputado estadual. Ficou no cargo até abril de 2014, quando foi exonerado para disputar as eleições naquele ano, quando foi eleito deputado federal. Dois anos depois, em 2016, foi eleito em primeiro turno vice-prefeito de São Paulo na chapa de João Doria. No inicio do mandato de Doria, Bruno assumiu além da vice-prefeitura a Secretaria das Prefeituras Regionais e também a Secretaria da Casa Civil.
Com a renúncia do então prefeito, João Doria, para concorrer ao governo do estado de São Paulo nas eleições de 2018, Bruno Covas assumiu efetivamente a prefeitura da maior cidade do país.
Em novembro de 2020, Covas foi reeleito prefeito de São Paulo com 59,38% dos votos, vencendo Guilherme Boulos, do PSOL.
VELÓRIO E ENTERRO
O corpo será levado para a sede da Prefeitura e a partir das 13h haverá uma cerimônia íntima para familiares e amigos. Depois, seguirá em carro aberto em cortejo até a Praça Oswaldo Cruz. O enterro será na cidade de Santos restrito à família.
COMUNICADO GOVERNADOR JOÃO DORIA
Obrigado, Bruno Covas, por ter compartilhado, com todos nós, tanto carinho e dedicação. À Renata e ao Pedro, seus pais, ao Gustavo, seu irmão, e especialmente ao Tomás, seu filho, meu afeto nesse momento doloroso em que a natureza subverte o curso da vida. São Paulo terá sempre muito orgulho desse filho querido.
A força de Bruno Covas vem do seu exemplo e do seu caráter. Foi leal à família, aos amigos, ao povo de São Paulo e aos filiados do seu partido, o PSDB. Sua garra nos inspira e seu trabalho nos motiva.
Tive o privilégio de acompanhá-lo desde o início da vida pública, ao lado do seu avô Mario Covas. Tive a honra de tê-lo como vice, na Prefeitura de São Paulo. E a alegria de ver seus ideais e realizações aprovados nas eleições de 2020.
Bruno Covas era sensível, sereno, correto, racional, pragmático e ponderado. Voz sensata, sorriso largo e bom coração. Bruno Covas era esperança. E a esperança não morre: ela segue, com fé, nas lições que ele nos ofereceu em sua vida.
Muito obrigado, Bruno. Você foi e continuará sendo, para todos nós, um eterno exemplo.
João Doria
Governador do Estado de São Paulo
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